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segunda-feira, junho 22, 2009

Era uma vez meu MÉÉÉ ... snifff....

Por oito anos eu morei numa casa enorme. Tão grande que quando estavam meus primos lá, visitando em feriados ou férias, era normal baterem em casa perguntando se era Hotel e havia vaga! Além da casa ser grande, o quintal era maior ainda. Varava um quarteirão quase inteiro. As árvores eram enormes e muito antigas, com frutos perfeitamente deliciosos, porque meu pai cultivava com muita sabedoria. Só que minha casa nunca foi bonita ou chique. Os meus pais só queriam espaço, comida farta e o melhor colégio para nós duas. O que não faltam são histórias de todos os tipos a contar. Desde eu viver furada, quase diariamente, pelos espinhos da roseira, eu ser encontrada sobre os muros e telhados, construindo cabanas naturais, rindo de minha irmã perseguida por um galo que a detestava, ter um laboratório de pesquisas infantis, ahhhh é só pensar que sai.

Mas hoje estou escrevendo por causa (novamente, heim?!) do Fortunato, mas lembrando também do meu querido José Felipe que vive me chamando de Moleca!

Entre tantos animais que "passaram curta temporada" no quintal de casa, certa vez um lindo cabritinho branco estava feliz da vida solto naquele quintalzão. O meu pai não queria que eu e minha irmã brincássemos com ele. Aquilo era um terrível mistério, além do mais que depois de um mês era quase impossível não tocá-lo. Como duas crianças não se tornariam amigas de um lindo cabritinho?! Era tão fofinho de se abraçar!

Festas de fim-de-ano eram sempre um agito lá em casa. Certa vez recebemos todos os primos e alguns amigos cativos também. E caberiam mais, era só chegar! Lembro perfeitamente que neste dia minha prima Katia "pegou " um champagne e disse "- não se preocupe, tem tantos que ninguém vai dar falta". kkkkk Eu não sei como mais nova eu tomava um cálice e ficava normal, hoje, fico totalmente anormal, por isso não bebo. Talvez tenha bebido o suficiente para uma eternidade naquela noite, debaixo de uma das escadas!

Sentamos à mesa. Haviam mesas só para adultos e só para crianças! Eu me lembro que neste dia eu estava inquieta e desconfiada. Resolvi me sentar ao lado de meu pai. Levantei meia dúzia de vezes e fui até o portão do quintal. Era tudo escuro. A escuridão não permitia ver nada senão as luzes das estrelas. Som?! Apenas das corujas e grilos.

Voltei. E para a minha "sorte" estava sentada de cara com meu primo-irmão Luizinho que até hoje é o que mais "implica" comigo (coisas de irmãos mesmo) - não pensem errado, ele é super divertido, espontâneo e de ótimo coração.

- Que carne é essa?! - eu queria saber.

- Come! - respondeu meu pai.

Levantei e voltei.

- Que carne é essa?!

- Come!

Na milésima vez que perguntei "que carne é essa", o meu primo disse:

- Deixa de ser burra, coma, é o cabrito do quintal e está delicioso.

Eu saí dali (como todos os anos!!!) direto para o quarto e comecei a chorar:

- Méééééééé.... até adormecer.

O bom de ser criança, é que a gente fica triste, chora, mas na manhã seguinte o mundo ainda é colorido, os anjos voam, as fadas existem, e o faz-de-c0ntas trás a certeza que tudo foi um sonho e dele acordaremos para aguardar nossa história acontecer.

(por Sissym)

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5 comentários:

Mr.Jones disse...

ahhhhh, adorei Sissym. Fez Bater uma saudade do campo. Estou precisando tirar umas ferias e ir pra la.
E que cabritinho guti né?

jorge fortunato disse...

Dói só de pensar..seu amiguinho virou ceia de natal...Quando erapequeno eu tinha pena as galinhas, mas acabava comendo...s
bjs

ivandro disse...

Ja li um conto da clarice lispector sobre uma galinha de estimação que me fez lembrar este aqui,mais a estoria é bem legal parabéns.

Anônimo disse...

Bem , ate hoje eu não como as galinhas do meu quintal. Eu cuido delas só pra por ovo, mas como algumas raposas humanas são as donas , não posso fazer nada pra salva las! tadinhas !
Um abração pra vc !

Игорь disse...

Olá o texto combinou com as fotos ;)

E cabrito estava bom ??

abraços